Seminário IHC-CEHFCi-UÉ
Os intelectuais portugueses durante o Estado Novo: percursos e posicionamentos

CFP - Os intelectuais portugueses durante o Estado Novo: percursos e posicionamentos
 

Algum tempo após o golpe militar de 1926 toma forma um regime autoritário – o Estado Novo, cuja duração irá para além das expectativas dos intelectuais republicanos, muitos dos quais passam para a oposição, enquanto outros se aclimatam melhor. Se a relevância dos intelectuais para as sociedades contemporâneas (Winnock) é incontestável, a polarização do campo intelectual (Bourdieu) durante o Estado Novo, caracterizada por profundas tensões político-ideológicas, é uma realidade pouco estudada na sua globalidade, encontrando-se personalidades num leque ideal-típico que vai do intelectual orgânico de Gramsci, que frequentemente integra a elite governante (Pareto), ao clerc de Benda com um ideal de pensamento livre e crítico, para além dos vínculos ideológicos.

Durante grande parte do Estado Novo, o prestígio do intelectual, que não integra a elite governante, resulta sobretudo da sua actividade pública, enquanto publicista, escritor de ideias ou produtor de obras artísticas, integrando movimentos culturais e associações cívico-políticas; apenas alguns dos intelectuais são académicos: cientistas, médicos, historiadores, etc. Se numa primeira fase se destacam na agitação intelectual de oposição à Ditadura Militar e ao Estado Novo figuras associadas à «Renascença Portuguesa» ou à «Seara Nova», numa segunda fase, com o final da II Guerra Mundial, que levou muitos dos republicanos e democratas a idealizar uma abertura de regime, surgem personalidades e movimentos com outros referenciais (ligados por exemplo ao marxismo-leninismo tão presente na revista «Vértice»). No pós-guerra há uma reestruturação do campo intelectual, mantendo-se uma forte interacção entre gerações, fenómeno bem patente no MUD ou na candidatura do general Humberto Delgado.

O propósito deste Seminário – Os intelectuais portugueses durante o Estado Novo: percursos e posicionamentos – é reunir investigadores, também eles de diferentes gerações, que ao partirem de visões diversas – História Contemporânea, Estudos Literários, Filosofia, História das Ideias e da Cultura, Sociologia – aceitem o desafio de cruzar ideias sobre um período e uma temática que nos remete para as raízes daquilo que é hoje parte do nosso presente e imaginário de futuro.

 


Organização: Instituto de História Contemporânea (CEHFCi - UÉ); Centro de História d'Aquém e d'Além-Mar
Local: Universidade de Évora | Palácio do Vimioso
Datas: 19 e 20 de Junho de 2017

Prazo para submissão de propostas: 28 de Abril de 2017

Mais informações em

http://ihc.fcsh.unl.pt/pt/scientific-meetings/call-for-papers/item/41354-os-intelectuais-portugueses-durante-o-estado-novo-percursos-e-posicionamentos

Organization: IHC-CEHFCi-UÉ
From 19.06.2017 to 20.06.2017
Palácio do Vimioso | Universidade de Évora