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Trimestral | Nº 01 - 2018
Nota de Abertura

Nota de Abertura por Ana Cardoso de Matos sub-directora do IIFA

Nota de Abertura
Ana Cardoso Matos, Sub-directora do IIFA
“Uma aposta ganha”: os programas de formação transversal e de Mentorado promovidos pelo IIFA

A realização de um doutoramento visa aprofundar os conhecimentos numa dada área, esperando que as teses realizadas sejam um contributo para o avanço da ciência em que o doutorando realiza a investigação que culmina na apresentação e defesa pública do seu trabalho. Contudo, os anos em que os doutorandos desenvolvem a investigação conducente à realização da tese devem também ser anos que lhes permitam alargar o seu interesse e abertura a outras áreas científicas, que muitas vezes têm uma conexão ou interligação maior do que à partida pensavam como seu trabalho, e adquirir formações transversais que favoreçam o seu melhor desempenho ao longo dos anos de elaboração da tese e que os preparem para que, terminada esta etapa da sua vida, estejam mais aptos para enfrentar o mercado de trabalho. Tem sido esta uma preocupação central do IIFA, que assumindo-se como uma escola doutoral, que agrega também os centros de investigação da Universidade de Évora, tem procurado criar um ambiente de colaboração e partilha entre os doutorandos através de um programa de Mentorado, ao mesmo tempo que tomou as iniciativas necessárias para, com a colaboração das várias escolas e departamentos da Universidade, propor formações transversais às quais são na maioria dos casos atribuídos 1 ou 2 ECTS. Ao longo dos anos de 2016/2017 e 2017/2018 foram oferecidas as seguintes formações transversais: Empreendedorismo (Star-up PhD); Ética na Investigação; Introdução ao LaTeX. Neste último ano foi também dada uma formação em Fundamentos de Análise de Dados em Ambiente R. O interesse que os cursos de formação transversal tiveram junto dos doutorandos ficou demonstrado pelo número crescente de candidatura a estas formações. Com a iniciativa do Mentorado, realizada uma vez por mês à sexta-feira à tarde, procurou-se estimular o contacto dos doutorandos de várias áreas científicas dos anos inicias com os doutorandos que já estavam nos últimos anos, ou que já tinham assumido uma posição de pós-doutoramento, para que, num ambiente descontraído, os mais velhos pudessem transmitir àqueles que iniciavam a sua formação de 3ª ciclo a sua experiência sobre a melhor forma de organizar a sua investigação, de apresentar o seu curriculum ou de preparar as apresentações em congressos ou como organizar a informação dos artigos que pretendiam publicar. Neste ambiente iam também trocando ideias sobre as diferentes áreas em que desenvolviam os seus estudos. Esta iniciativa teve desde o início uma grande adesão, e vários pós doutorandos ou jovens investigadores se propuseram realizar seminários livres sobre temas que dominavam e que interessavam aos doutorandos mais jovens. Assim, sob proposta dos doutorandos, no presente ano letivo o Programa inclui sessões temáticas sob a forma de Workshops/Seminários, com duração aproximada de 1h. Entre estas podemos referir as seguintes: Estrutura e formulários de Propostas de Teses; Comunicação Científica e Divulgação de Ciência; Software gestão de referências bibliográficas: Mendeley; Softwares de tratamento de dados / Excell, DataStream, Eviews e Stata; Comunicação Cientifica/Divulgação de Ciência: Redes Sociais na Ciência e Plataformas online de ciência; Software de gestão de bases de dados bibliográficas: Zotero; Como preparar um poster; Identidade digital para investigadores (para mais informação consultar a página do IIFA). A existência de um espaço destinado aos doutorandos é também um elemento que favorece a integração dos doutorandos estrangeiros, que são cada vez mais numerosos, e contribui para a criação de uma cultura própria que deve estar associada às escolas doutorais. A inclusão dos doutorandos nas equipas dos centros de investigação é um outro aspeto fundamental para a sua integração na universidade e, sobretudo, para terem uma ideia clara da importância de associar a formação com a investigação. Finalmente gostaríamos de acrescentar que a nossa experiência está a ser partilhada com outras universidades, e vista com interesse no âmbito da Rede das Escolas Doutorais que se procura consolidar em Portugal ao mesmo tempo que se têm desenvolvido contactos com a Rede de Escolas Doutorais de Espanha.

Ana Cardoso de Matos sub-directora do IIFA