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Trimestral | Nº 02 - 2016
Formação Avançada

Doutoramento em Química
Conservação e restauro de azulejo: Metodologias de intervenção vs indicadores de compatibilidade
Marta Mendes

Conservação e restauro de azulejo: Metodologias de intervenção vs indicadores de compatibilidade

Orientação: António José Grande Candeias &Teresa Alexandra da Silva Ferreira e Sílvia Raquel Morais Pereira

A ausência de argumentos para a escolha de determinado material, produto ou técnica suscitou o interesse pelo presente tema.

Procurou compreender-se o azulejo a nível histórico, estético, técnico e material, estudando-o do ponto de vista físico, químico e mineralógico. Comparando o azulejo com as réplicas produzidas para intervenções de conservação e restauro, concluiu-se que a sua composição química e mineralógica é diferente, embora não se verifiquem tantas dissemelhanças ao nível das propriedades físicas.

As linhas orientadoras da conservação e restauro de azulejo foram lançadas por Santos Simões a partir dos anos 40 e desde então, foi-se desenvolvendo um pouco à margem das restantes áreas de especialidade, mesmo ao nível do ensino. Os resultados do inquérito internacional junto dos profissionais que trabalham em conservação e restauro de azulejo in situ, corroboram de certo modo este facto e, simultaneamente, permitem uma apreensão da situação actual.

Constatou-se uma quase total ausência de documentação técnica, mas a análise de casos de estudo e de relatórios permitiu uma sistematização da informação disponível, considerando os materiais correntemente utilizados. Procedeu-se a uma identificação e tipificação de patologias decorrentes das intervenções procurando uma correlação com os materiais utilizados e as técnicas de intervenção.

A reintegração volumétrica e cromática mereceram uma maior atenção, procedendo-se à simulação de todo o sistema, em contexto laboratorial, com base nos materiais correntemente utilizados. Os resultados revelam um comportamento distinto entre os materiais de origem orgânica e inorgânica, revelando estes últimos uma maior compatibilidade com o azulejo mas um pior desempenho a longo prazo.

O reconhecimento das soluções mais ou menos compatíveis permitiu delinear uma metodologia de avaliação da compatibilidade, da eficácia e do desempenho dos materiais e das técnicas utilizadas, contribuindo também para a definição de algumas recomendações e de critérios de actuação.