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Trimestral | Nº 02 - 2016
Divulgação Científica

Paulo Rodrigues | Diretor do CHAIA
Projetos no CHAIA

Projetos no CHAIA
VIRTUAL CITIES

Neste momento, no CHAIA, destacam-se cinco projetos de investigação que mereceram financiamento de entidades externas à Universidade de Évora. Porque esta é a primeira participação do CHAIA na newsletter  do IIFA e porque se considerou que, neste momento, seria mais elucidativo da pluralidade da investigação desenvolvida no CHAIA, optámos por aproveitar esta oportunidade para apresentar estes cinco projetos e não apenas um, como seria expectável. Nos próximos números, se for considerado pertinente, poder-se-á proceder à apresentação individual de cada um destes projetos, possivelmente já incluindo resultados concretos.

Em 2015, o CHAIA teve dois projetos financiados pela Fundação Calouste Gulbenkian: Lugares Sagrados: as Cubas da K û ra de Beja , coordenado por Luís Ferro, investigador da área da Arquitetura, no programa Projetos de Investigação; e Os portugueses e a "missão francesa" de 1816: o cavaleiro Brito e o Conde da Barca , coordenado por Patricia Telles, investigadora da área da História da Arte, no programa Investigação para Estrangeiros. No primeiro caso, procura-se conhecer melhor as Cubas, pequenas construções de plano quadrado ou circular, encimadas por ccúpula hemisférica ou cónica, partindo de uma análise geo-histórica, de levantamentos métrico-construtivos pormenorizados e da revisão da bibliografia de referência existente. Designadamente responder às seguintes dúvidas: qual era a utilização original destas construções? Qual é a origem desta tipologia arquitetónica? Será um tipo construtivo importado do Norte de África ou terá sido forjado na Península Ibérica e, posteriormente, transplantado para o Magrebe? No segundo caso, investigam-se os vvínculos culturais entre dois diplomatas portugueses pertencentes aos meios mais cosmopolitas da transição do século XVIII para o século XIX, assim como as relações dos dois com a "intelligentsia" europeia do seu tempo. Procura-se reposicionar as elites portuguesas no meio europeu, e perceber a importância desses dois homens, para o mecenato e o coleccionismo artístico em Portugal e para o desenvolvimento da pintura no Brasil, sob a égide francesa, após a independência deste antigo território português.

Ainda na área da História da Arte e também do Património, mais recentemente, a iniciar em Outubro de 2016, com uma bolsa de investigação da Fundação Oriente, a investigadora Mónica Reis irá desenvolver o Plano de Preservação do Património Histórico e Artístico da Arquidiocese de Goa . Focado nos bens culturais que fazem parte do ato religioso católico - retábulos, esculturas, pinturas, frescos, azulejos, têxteis, peças de ourivesaria, outras alfaias religiosas e os próprios edifícios que os albergam -, o projeto tem como objetivos redigir um corpo de legislação interna para a preservação do património da arquidiocese de Goa, dotar o clero local de formação em gestão do património e implementar normativas de intervenção em património religioso.

Com uma bolsa de pós-doutoramento em Estudos Artísticos da Fundação para a Ciência e Tecnologia, Ana Maria Moya Pellitero, investigadora da área da Paisagem, é a responsável pelo projeto A paisagem somática da multiculturalidade urbana lusófona .  Identidades, patrimónios e turismo cultural em comunidades imigradas nos centros históricos de Lisboa e Londres . A sua finalidade é indagar sobre a paisagem corporal e multissensorial das comunidades multiculturais imigradas em centros históricos consolidados. Os dois casos de estudo, Lisboa (Mouraria) e Londres (Stockwell), foram selecionados em função do estudo da evolução da identidade lusófona, fragmentação e estruturas híbridas do seu património paisagístico dentro de processos de imigração e diversidade cultural/étnica. A metodologia de trabalho fundamentar-se-á na pesquisa de cartografias alternativas dando valor aos universos subjetivos multiculturais. 

 Também na área da Paisagem, Rute Sousa Matos recebeu uma bolsa de mobilidade do programa EMMA EAST para uma estadia de investigação na Universidade de Qui Nhon, no Vietname, a concretizar-se em Janeiro de 2017. O projeto que suporta a atribuição da bolsa tem por objetivo estabelecer uma colaboração entre as duas universidades (Évora e Qui Nhon), com a finalidade de implementar uma estrutura de paisagem (natural e cultural) que promova uma maior ligação e articulação entre campo e cidade através das funções de protecção, recreio e produção. A finalidade última desta estrutura de paisagem é contribuir para um crescimento mais sustentado das cidades.