Nota de Abertura por Manuel Collares Pereira, Diretor do IIFA

Apraz sublinhar que no resultado da avaliação da Universidade de Évora, recentemente feita pela CAE (AINST/16/00025) – Relatório preliminar da CAE), onde, para além da apreciação geral positiva que faz, se destaca o IIFA, a Escola Doutoral da Universidade, colocado à cabeça dos pontos fortes de organização da Universidade de Évora e cujo funcionamento regista como sendo de qualidade. Também regista e sublinha que o IIFA foi criado por recomendação da EUA - European University Association, de acordo com as melhores práticas europeias. Este sucesso é certamente o resultado do trabalho dos investigadores e docentes que integram as Unidades de Investigação e Cátedras, com os seus projectos e investigação e o do trabalho dos próprios alunos de doutoramento. Mas julgo que é, também, algo de mais profundo: é o resultado do reconhecimento da própria filosofia subjacente à constituição do IIFA, integrando a actividade de I&D, garantindo a ligação dos programas de doutoramento à investigação e vigiando para que o padrão médio de qualidade, no ensino graduado, nas teses, nas provas, seja cada vez mais alto. E também na maior capacidade de resposta que confere às exigências do MCTES para que a qualidade dos centros de Investigação seja a mais alta possível. É muito agradável para a Universidade de Évora poder constatar que estas ideias e a sua aplicação já estão de acordo com o que o MCTES pretende implementar em todas as Universidades (Dec. Lei 65/2018), uma actividade doutoral (3ºciclo) ligada à Investigação e aos Centros de investigação (e não como no modelo antigo de ligação indefinida aos Departamentos e às Escolas). O MCTES vai mesmo mais longe, ao exigir que estes Centros e Unidades de Investigação devem, no futuro, ter uma classificação no mínimo de Muito Bom. Esta exigência vai trazer dificuldades a todas as Universidades, mas talvez, por virtude de termos um IIFA, tenhamos a capacidade de apresentar uma resposta única e capaz de acautelar as desigualdades de classificação entre alguns dos seus Centros sem sacrificar a possibilidade de continuarem a poder orientar doutoramentos. O IIFA já iniciou alguns exercícios de redução do número de doutoramentos, exercício que poderá agora facilitar a eventual criação de um número pequeno de doutoramentos com designação chapéu, e onde os melhores e maiores centros actuais poderão aparecer a ajudar os demais a cumprir os “ratios” de 75% e outras limitações que o referido decreto-lei nos impõe.Assim, e ao invés do que ainda se percebe ser a intenção de alguns colegas, que insistem em recolocar o 3º ciclo nas outras Escolas, o que temos de perceber é que, felizmente, se criou a seu tempo um instrumento único -o IIFA- alinhado com as expectativas europeias e que hoje se constata também alinhado com as actuais do MCTES, com uma capacidade de resposta adequada às fortes exigências futuras e que, em vez de necessitar de uma reforma de retrocesso a modelos do passado, necessita, isso sim, de simplificações e ajustes capazes de produzir uma melhoria contínua. Aliás, nem se vê mesmo como possa ser diferente, já que os docentes que fazem investigação fazem-no e terão que o fazer, no actual contexto do Dec. Lei 65/2018-  no seio das Unidades de investigação que estão no IIFA. A Universidade de Évora já evoluiu para ter distintas as duas realidades necessárias: a das escolas e docência (1º e 2º ciclos), e a do IIFA e 3ºciclo, docentes e investigadores em Centros IIFA. Entre os aspectos a considerar para uma próxima etapa de evolução do IIFA a nível estrutural, há um exemplo concreto que quero destacar: o da representatividade (peso relativo) das Escolas e dos centros do IIFA na composição do CC, cuja situação actual me parece manifestamente desequilibrada. Outras questões de caracter prático que se traduzem em procedimentos cuja utilidade não se manifesta, também podem e devem ser limadas no futuro. Em resumo: o IIFA, com destacado reconhecimento externo, é um “work in progress” que tem sabido consolidar-se e afirmar-se, e assim deverá continuar nas novas etapas que tem pela sua frente. 

Manuel Collares Pereira, Diretor do IIFA