Orientação: Pedro R. Almeida
Tendo em conta o seu sucesso, as Áreas Marinhas Protegidas (AMP) têm sido implementadas como ferramenta de gestão de recursos pesqueiros. Contudo, o uso desta ferramenta em portugal é ainda relativamente recente. Tendo em conta esta necessidade, em 2011 foi criado o Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que inclui várias AMPs. Duas destas estão localizadas na costa alentejana do referido parque. A eficiência destas ferramentas depende dum planeamento e gestão adequados. De facto, a dimensão duma AMP tem um papel importante na sua eficácia e no tempo necessário para que alterações nas suas comunidades piscícolas seja evidentes. AMPs de maior dimensão e mais antigas tendem a apresentar maiores densidades e exemplares de maior tamanho. Nesse sentido, o principal objectivo desta tese foi avaliar se a designação de pequenas AMPS podem causar impactos positivos a curto prazo em espécies de interesse comercial, nas suas comunidades piscícolas e nas actividades de pesca local. No caso da AMP da Ilha do Pessegueiro, esta provou ser importante e adequada para proteger algumas espécies de interesse comercial, como moreias, safios e sargos, que encontram na zona refúgio e alimento. As comunidades de peixes locais também foram positivamente impactadas, vendo um aumento significativo na sua abundância e diferenças na sua composição quando comparadas com áreas não protegidas. O efeito mais imediato destas medidas é a perda de área de pesca para a frota pesqueira. No entanto, a deslocalização da frota para áreas próximas resultou num aumento das descargas com o tempo. De um modo geral, este trabalho valida a implementação destas medidas como adequadas e eficazes para a proteção marinha e para a exploração sustentável dos recursos. Confirma também que pequenas AMPs podem ser eficazes a curto prazo. No entanto, uma monitorização contínua dos impactos é indispensável. Assim, é aconselhada a manutenção destas medidas de protecção na costa Alentejana.
Palavras – chave: Área Marinha Protegida, telemetria acústica, comunidades piscícolas, ecologia trófica, descargas de pescado, Parque Marinho do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina