Nota de Abertura por João Brigola | Presidente do Conselho Pedagógico (IIFA), ECS/DH

Enquanto Escola Doutoral, compete ao IIFA assegurar que os Programas dos Cursos de 3º Ciclo sejam reconhecidos pelo crescente aumento de estudantes com finalização de Teses.

Há, todavia, um aspeto que nos tem vindo a preocupar e que julgamos não estar ainda devidamente acautelado. Trata-se de não termos conseguido ainda -  em alguns dos Programas - instituído mecanismos de divulgação, debate e validação do trabalho científico dos estudantes em etapa anterior à discussão final das Teses.

Esta carência parece-nos particularmente grave nos casos de Programas em regime tutorial já que ocorrem frequentemente longos períodos de ausência de controlo de atividades académicas do estudante, apenas formalmente pontuados pelo Relatório de Progresso solicitado anualmente pelo IIFA. Nos casos, muito comuns, de estudantes que desenvolvem atividades profissionais, sem estatuto de bolseiros e, tantas vezes, vivendo em países distantes, o padrão de desligamento  prolongado com a instituição e com os orientadores ameaça a coesão exigente de um percurso de formação avançada.

O que temos vindo a defender, com aceitação generalizada dos colegas diretores de curso representados no CP e mesmo das direções do CC, é que com plena autonomia e independência cada Curso encontre uma forma adequada de proceder. Ou seja, não se aspira a uma inútil uniformização de processos e muito menos de calendário e de formato, mas tão só que possamos assegurar um nível de exigência generalizado, consentâneo com a missão desta Escola.

Há um ganho não desprezível quando os Cursos consignam nos seus calendários eventos públicos com intervenção de colegas especialistas de outras academias, convidados a pronunciarem-se criticamente sobre os resultados provisórios obtidos pelos estudantes no seu labor investigativo. Por um lado, do debate e da controvérsia científicos resultarão sempre o enriquecimento do conhecimento e a consequente consolidação das futuras Teses e, por outro, o espírito de escola  obtido com o envolvimento dos doutorandos nas vivências e nas sociabilidades, não  exclusivamente da ordem do científico, mas mais até do cultural, do pedagógico, do humano.

Sabemos que alguns Cursos optaram pela obrigatoriedade de os seus doutorandos elaborarem um artigo a ser publicado, com arbitragem científica, em revista de referência da respetiva área disciplinar; outros inclinam-se para a convocatória de um encontro científico com comunicações abertas ao exterior mas com participação dos seus doutorandos; outros ainda organizam jornadas anuais, públicas, com apoio logístico do IIFA, com apresentação presencial e on-line dos seus projetos de tese, além de incluírem no segundo ano da componente curricular um Relatório de Progresso com discussão por um painel de docentes que inclui especialista de outras academias. Encontramos em todos estes mecanismos de legitimação desenhados por cada Programa a mesma preocupação que deixámos aqui expressa. O ponto está em tornar universal, por decisão própria, o que por ora constitui uma boa prática de alguns, já praticada de resto há vários anos noutras prestigiadas universidades portuguesas.

João Brigola  | Presidente do Conselho Pedagógico (IIFA), ECS/DH