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Trimestral | Nº 01 - 2020
Formação Avançada

Doutoramento em Bioquímica
Óleos essenciais de plantas aromáticas do Alentejo: caracterização química e potencial fitoterapêutico
Sílvia Arantes

Óleos essenciais de plantas aromáticas do Alentejo: caracterização química e potencial fitoterapêutico

Orientação:  Maria do Rosário Martins & Ana Teresa Caldeira

O Alentejo é uma região extremamente rica em PAM muitas delas preservadas e consumidas em dietas diárias e também como ingredientes importantes na Dieta Mediterrânea. Adicionalmente, a par do crescente interesse dos produtos naturais como alternativas/complementares à terapêutica convencional, muitos são comercializados e adquiridos sem prescrição médica, regularmente usados em detrimento dos fármacos convencionais. De modo a possibilitar uma utilização segura das plantas e/ou dos seus óleos, é necessário um conhecimento preciso da relação entre a sua composição química, a sua toxicidade e as suas propriedades farmacológicas e mecanismos de ação envolvidos.

Para estre trabalho foram selecionadas algumas plantas aromáticas autóctones do Alentejo, utilizadas frequentemente como condimentos alimentares: Lavandula stoechas subsp. luisieri (rosmaninho), Lavandula pedunculata (rosmaninho-maior), Lavandula viridis (rosmaninho-verde), Calamintha nepeta subsp. nepeta (erva-das-azeitonas), Mentha spicata (hortelã-vulgar), Mentha pulegium (poejo), Origanum vulgare subsp. virens (orégão), Thymus mastichina subsp. mastichina (tomilho bela-luz) e Foeniculum vulgare L. (funcho), com vista a caraterizar a composição química dos óleos essenciais das diferentes espécies, parte vegetativa (folha) e espiga floral, e avaliar as propriedades antioxidante, neuroprotetora, antitumural, antimicrobiana, toxicológica, analgésica e anti-inflamatória de alguns dos seus óleos essenciais mais promissores.

Os resultados mostraram importantes diferenças na composição química dos óleos essenciais, quanto à diversidade e à proporção dos seus constituintes. Os óleos essenciais apresentaram importantes atividades biológicas, nomeadamente como antioxidantes, podendo inibir o stress oxidativo e prevenir as desordens associada; capacidade antiproliferativa em linhas celulares do cancro da mama MDA-MB-231; e importantes propriedades antimicrobianas, apresentando um largo espetro de ação face a bactérias e fungos filamentosos. Os estudos toxicológicos e farmacológicos mostraram que os óleos apresentaram citotoxicidade em Artemia salina, e baixa toxicidade em ratinhos; e que possuem importantes propriedades analgésica e anti-inflamatória.

Estes resultados sugerem o seu potencial uso para aplicações farmacológicas como agentes nutracêuticos e/ou fitoterapêuticos.

Palavras-chave: óleos essenciais; stress oxidativo; atividade antimicrobiana; toxicidade; atividades analgésica e anti-inflamatória