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Trimestral | Nº 01 - 2019
Investigação & Divulgação

No âmbito das Atividades do IHC – CEHFCi – Uévora
Prémio “Publicações Internacionais de Jovens Investigadores” da Associação Portuguesa de História Económica e Social atribuído a Quintino Lopes

Prémio “Publicações Internacionais de Jovens Investigadores” da Associação Portuguesa de História Económica e Social atribuído a Quintino Lopes
Quintino Lopes | Investigador do IHC-CEHFCi.Uevora

Investigador do Instituto de História Contemporânea, Pólo da Universidade de Évora, Quintino Lopes foi no passado mês de Novembro de 2018 distinguido pela publicação do artigo “The National Education Board (1929-36) and scientific research in Portugal“, publicado em 2017 no Portuguese Journal of Social Science .

Desenvolvido durante o Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência da Universidade de Évora, e baseando-se fundamentalmente em documentação do Arquivo Histórico do Camões, I.P., este trabalho debruça-se sobre a actividade da primeira instituição em Portugal a organizar e financiar a investigação científica - a Junta de Educação Nacional (1929-36). Modelando visões cristalizadas da historiografia, como a ideia que advoga o Portugal Estado-novista, particularmente nos anos trinta e quarenta, como uma nação exclusivamente rural, pitoresca e de feição atlântica, este artigo evidencia a importância daquela instituição estatal na europeização da investigação científica em Portugal no período entre guerras.

Entre os diversos casos de estudo reveladores de uma prática científica reconhecida internacionalmente, resultantes da actividade da Junta de Educação Nacional, sobressai o Laboratório de Fonética Experimental da Faculdade de Letras de Coimbra, cujas “esplêndidas instalações técnicas” e prestígio internacional do seu director, Professor Armando de Lacerda, justificam os prolongados estágios que investigadores das mais prestigiadas universidades, como Harvard e Cambridge, realizavam em Coimbra. Quando consideramos que actualmente a Universidade de Harvard ocupa o primeiro lugar entre as universidades do mundo, nomeadamente pela sua atractibilidade científica, e que em plenos anos trinta, em sentido inverso, enviava um investigador seu para o Laboratório de Fonética Experimental de Coimbra para se especializar nos inovadores métodos de investigação Fonética desenvolvidos por Armando de Lacerda, somos remetidos para uma ideia de Portugal distinta do “atraso científico português”.

O reconhecimento deste trabalho pela Associação Portuguesa de História Económica e Social, se por um lado evidencia a atenção que esta prestigiada associação concede às mais recentes leituras interpretativas provenientes da História da Ciência, por outro lado, premeia também o Programa de Doutoramento em História e Filosofia da Ciência da Universidade de Évora, cuja lista de prémios e distinções auferidas por diversos dos seus doutorandos justifica a crescente ideia de uma “Escola de Évora”.