Orientação: Marília Castro Cid
A tese aqui apresentada aborda a questão das Práticas de Avaliação Formativa na Sala de Aula, numa escola secundária de Cabo Verde. Este estudo pretende compreender as práticas de avaliação praticada pelos professores com o objetivo de melhorar a aprendizagem dos alunos.
Para a realização deste trabalho, optou-se pela investigação qualitativa do tipo descritivo, com recurso ao estudo de caso. Foram realizadas entrevistas a duas professoras da disciplina de Ciências da Terra e da Vida que trabalhavam com o 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade e três focus group aos alunos desses três níveis de ensino na escola secundária Pedro Gomes na Cidade da Praia - Cabo Verde.
Os resultados do estudo mostram que as práticas de avaliação das professoras estão mais voltadas para a classificação dos alunos do que para a melhoria das aprendizagens dos mesmos. Ou seja, a ênfase é colocada sobretudo mais na avaliação sumativa, numa lógica de aprendizagem que privilegia a memorização dos conteúdos recorrendo quase sempre ao método de ensino expositivo e tendo o professor como elemento central de todo o processo.
As perceções das professoras e alunos sobre a avaliação integram-se numa perspetiva de natureza sumativa, visto que todo o processo de avaliação se centra na questão de controlo e aferição das aprendizagens dos alunos permitindo de certa forma a classificação dos mesmos. Assim, para os participantes do estudo, avaliar confunde-se com classificar, o que demonstra também uma perspetiva mais tradicional do processo de ensino-aprendizagem-avaliação, no qual os alunos não participam no seu processo avaliativo e atribuem a total responsabilidade de avaliar ao professor.
Palavras-chave: práticas avaliativas; ensino e aprendizagem; sistema de ensino cabo-verdiano.