NEWSLETTER
Trimestral | Nº 02 - 2018
Formação Avançada

Programa de Doutoramento em Biologia
Impacto de bioaerossóis polínicos e fúngicos na doença alérgica respiratória na cidade de Beja
Elsa Almeida

Impacto de bioaerossóis polínicos e fúngicos na doença alérgica respiratória na cidade de Beja

Orientadores: Gazarini, Luiz Carlos Gazarini & Caeiro, Elsa Rute Guerra & Costa, Ana Maria da

O conhecimento das variações das concentrações atmosféricas de pólen e de esporos fúngicos numa determinada região são fundamentais no diagnóstico, tratamento e prevenção da patologia alérgica. Objetivos: Analisar: 1)o conteúdo em pólen e em esporos de Alternaria e Cladosporium na atmosfera de Beja; 2) a influência dos parâmetros meteorológicos sobre as suas concentrações; 3) a prevalência da sensibilização aos alergénios moleculares Phlp1, Phl p5, Phl p7, Phl p12 e Alt a1. Metodologia: Utilizaram-se os dados das monitorizações dos principais tipos polínicos com interesse alergológico e dos esporos fúngicos Alternaria e Cladosporium, de abril de 2012 a Julho de 2014 e os dados dos parâmetros meteorológicos de Beja desse mesmo período. Utilizou-se a metodologia recomendada pela Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPASPAIC)baseada no uso de um Burkard Seven Day Volumetric Spore-trap®. Para a análise da influência dos parâmetros meteorológicos sobre as concentrações de pólen atmosférico utilizou-se a análise de correlação de Spearman. Estudaram-se 45 doentes sensibilizados a gramíneas e 16 a esporos fúngicos para determinar os alergénios moleculares predominantes. Resultados: Na atmosfera de Beja amaioria do pólen coletado pertenceu aos tipos: Poaceae, Quercus, Oleaceae,Urticaceae e Cupressaceae. Elaborou-se o calendário polínico para a Região. Os níveis de esporos de Cladosporium e Alternaria foram superiores na primavera e outono e os de Alternaria nalguns dias ultrapassaram o valor limiar de alergia. Os alergénios: pólen, ácaros, alimentos e esporos de fungos foram os responsáveis pela maioria das sensibilizações. Cerca de 71% dos doentes alérgicos agramíneas foram sensíveis a Phl p1 e Phl p5b. e a maioria do doentes com sensibilização a fungos foi sensível a Alt a1. Conclusão: Os níveis polínicos e fúngicos na cidade de Beja são elevados, particularmente durante a primavera, e são condicionados pela vegetação envolvente característica e pelas condições meteorológicas.