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Trimestral | Nº 02 - 2018
Formação Avançada

Programa de Doutoramento em Filosofia
A verdade como encontro: desde uma receptividade e uma materialidade
Daniel Nuno Mineiro

A verdade como encontro: desde uma receptividade e uma materialidade

Orientadores:  Henriques, Fernanda & Conill Sancho, Jesús

A presente investigação pretende ser a prova de que só é possível chegar ao conceito zubiriano de verdade como encontro por meio de uma via da recetividade material. Por isso constitui de uma só vez uma radicalização da proposta da tradição filosófica e, ao mesmo tempo, uma aposta numa via mais profunda presente nos textos de Zubiri, do seguinte modo: Ao nível da fundamentação, na primeira parte mostrar-se-á onde se encontram as bases de uma recetividade material e de que modo é que se pode dizer que esta via é a única que pode fazer frente às propostas intelectualistas, realistas, logicistas, fenomenológicas e hermenêuticas. Na segunda parte, dar-se-á conta das consequências da analítica ao nível da estrutura da realidade, para tornar patente o eixo formal/material que existe ao longo da atualização da realidade. E, na terceira parte, ter-se-á especial atenção na prova de que o pensar, a razão e o conhecimento sencientes relevam de uma recetividade material. Por fim serão ainda ponto integrante desta investigação as limitações que esta analítica mais radical da recetividade material integra, fazendo-se notar que: Em primeiro lugar, está por explicar a introdução de uma filosofia da linguagem que não tenha de relevar de uma analítica. Em segundo lugar, é ainda ponto discutível a proposta das apreensões das realidades matemáticas. Em terceiro lugar, parece-nos existir uma mescla entre os conceitos de realidade-sentido e realidade possibilidade, à qual nem esta “segunda analítica” que propomos parece dar resposta. Em quarto lugar, parece-nos que existem momentos de uma “filosofia do sentido” desautorizados como é o caso da re-atualização que terá sempre de contar com uma coisa-sentido a priori, como é o caso de uma formalidade que não depende de uma impressão e como é o caso – dentro daquilo que é o sentimento afetante – dos sentimentos religiosos e psicológicos.