Orientação: Rui Manuel Soares Dias & Jorge Manuel Costa Pedro & José Manuel Correia Romão
Os estudos levados a cabo na região Abrantes-Tomar permitiram reconhecer dois domínios distintos: um domínio Este com claras afinidades litoestratigráficas, estruturais e geoquímicas com a Zona de Ossa-Morena (ZOM) e um domínio a Oeste com características tectonoestratigráficas, metamórficas e magmáticas próprias que permitem a sua distinção do restante Terreno Varisco Ibérico.
O domínio Este apresenta uma sucessão litoestratigráfica com afinidades à transição Neoproterozóico-Câmbrico da ZOM. Aqui distinguiram-se duas sequências distintas, que colocam em evidência a presença de uma evolução policíclica. Com efeito, a sequência Neoproterozóica mostra o desenvolvimento de um arco vulcânico, ao qual se associa a génese de uma bacia de back-arc. Esta bacia poderá apresentar oceanização incipiente, encontrando-se materializada na Zona de Cisalhamento Tomar-Badajoz-Córdoba. Estes dados são compatíveis com os modelos propostos para a ZOM durante o Ciclo Cadomiano, tendo esta zona de cisalhamento sido reactivada como um importante cisalhamento intraplaca durante o Ciclo Varisco. A sequência Câmbrica apresenta claras afinidades litoestratigráficas e geoquímicas com as sucessões sin-rift intra-continental que caracterizam o início do Ciclo Varisco na ZOM.O domínio Oeste é caracterizado pela presença de unidades tectono-estratigráficas com características metamórficas e magmáticas distintas no contexto do Maciço Ibérico, sendo a sua evolução geodinâmica condicionada pela Zona de Cisalhamento Porto-Tomar-Ferreira do Alentejo, que delimita o bordo Este deste domínio. A comparação com os sectores de Coimbra, Porto-Albergaria e Berlengas permitiu a caracterização de um terreno com características tectono-estratigráficas próprias (Terreno Finisterra), que apresenta características análogas ao Bloco de Léon (Maciço Armoricano) e ao Mid-German Crystalline Rise, permitindo a sua correlação à escala do Varisco Europeu.A integração dos dados do sector de Abrantes-Tomar nos modelos geodinâmicos propostos para o Maciço Ibérico, implicou a realização de estudos pontuais noutras regiões, como sejam Almograve, Ponta Ruiva e Vila Boim.
Os estudos levados a cabo na região Abrantes-Tomar permitiram reconhecer dois domínios distintos: um domínio Este com claras afinidades litoestratigráficas, estruturais e geoquímicas com a Zona de Ossa-Morena (ZOM) e um domínio a Oeste com características tectonoestratigráficas, metamórficas e magmáticas próprias que permitem a sua distinção do restante Terreno Varisco Ibérico.O domínio Este apresenta uma sucessão litoestratigráfica com afinidades à transição Neoproterozóico-Câmbrico da ZOM. Aqui distinguiram-se duas sequências distintas, que colocam em evidência a presença de uma evolução policíclica. Com efeito, a sequência Neoproterozóica mostra o desenvolvimento de um arco vulcânico, ao qual se associa a génese de uma bacia de back-arc. Esta bacia poderá apresentar oceanização incipiente, encontrando-se materializada na Zona de Cisalhamento Tomar-Badajoz-Córdoba. Estes dados são compatíveis com os modelos propostos para a ZOM durante o Ciclo Cadomiano, tendo esta zona de cisalhamento sido reactivada como um importante cisalhamento intraplaca durante o Ciclo Varisco. A sequência Câmbrica apresenta claras afinidades litoestratigráficas e geoquímicas com as sucessões sin-rift intra-continental que caracterizam o início do Ciclo Varisco na ZOM.O domínio Oeste é caracterizado pela presença de unidades tectono-estratigráficas com características metamórficas e magmáticas distintas no contexto do Maciço Ibérico, sendo a sua evolução geodinâmica condicionada pela Zona de Cisalhamento Porto-Tomar-Ferreira do Alentejo, que delimita o bordo Este deste domínio. A comparação com os sectores de Coimbra, Porto-Albergaria e Berlengas permitiu a caracterização de um terreno com características tectono-estratigráficas próprias (Terreno Finisterra), que apresenta características análogas ao Bloco de Léon (Maciço Armoricano) e ao Mid-German Crystalline Rise, permitindo a sua correlação à escala do Varisco Europeu.A integração dos dados do sector de Abrantes-Tomar nos modelos geodinâmicos propostos para o Maciço Ibérico, implicou a realização de estudos pontuais noutras regiões, como sejam Almograve, Ponta Ruiva e Vila Boim.
Palavras-Chave: Maciço Ibérico, Zona de Ossa-Morena, Ciclo Varisco, Zona de Cisalhamento Porto-Tomar-Ferreira do Alentejo, Terreno Finisterra